
Assim que formalizou sua candidatura presidencial na eleição deste ano, José Serra fez questão de deixar claro que construiu uma trajetória bem diferente da de sua adversária petista Dilma Rousseff.
"Não comecei ontem e não caí de pára-quedas", provocou Serra. O currículo hoje ostentado pelo tucano teve início na União Nacional dos Estudantes. Ele foi o último presidente da entidade antes do Golpe Militar, em 1964, quando deixou o Brasil.

A militância o levou ao exílio por 14 anos. Foi longe do Brasil que Serra casou-se com Mônica Allende Ledezma, com quem teve dois filhos, fez pós-graduação em Economia na Universidade do Chile. Foi lá também que avançou na construção da carreira política e acadêmica que hoje apresenta como diferencial e conheceu melhor Fernando Henrique Cardoso, na época professor de um curso da Comissão Econômica para a América Latina da ONU. Do Chile, partiu para os Estados Unidos, onde fez doutorado e lecionou na Universidade de Princeton. Ao regressar ao Brasil, em 1978, foi dar aulas de economia na Universidade de Campinas (Unicamp).
Na década de 80, início da redemocratização, Serra assumiu a Secretaria da Economia e Planejamento do governo paulista comandado por Franco Montoro. Ele orgulha-se de ter reorganizado, ao lado do economista João Sayad, atual presidente da Fundação Padre Anchieta, as finanças do Estado.
Em 1986, Serra foi um dos 559 parlamentares eleitos para criar a nova Constituição. Relatou capítulos do sistema financeiro, orçamentário e tributário. Também apresentou a emenda que deu origem ao Fundo de Amparo do Trabalhador, que viabilizou o pagamento do seguro-desemprego.
No ano de 1990, foi reeleito deputado federal como o mais votado no Estado e o segundo no Brasil.
Quando Fernando Henrique Cardoso se tornou ministro da Fazenda e implantou o Plano Real, no governo de Itamar Franco, Serra era líder do PSDB na Câmara. Na eleição de 1994, FHC foi eleito presidente e, Serra, senador. No entanto, não chegou a assumir a cadeira e aceitou o convite para ser ministro do Planejamento. Em 1998 foi indicado ao Ministério da Saúde.
A passagem pelo Ministério da Saúde, entre 1998 e 2002, Serra ampliou ainda mais seus conhecimentos na área.

À frente da pasta, o tucano enfrentou e venceu batalhas pela implantação dos genéricos e pela quebra de patentes de remédios, entre eles os receitados a portadores do HIV, vírus da Aids. Ao deixar a pasta, ele foi incluído na lista do “Ministério Mundial dos Sonhos” pela revista World Link, do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Em 2003, assumiu a presidência nacional do PSDB. No ano seguinte, foi eleito prefeito de São Paulo. Um ano e três meses após tomar posse, entregou o cargo para seu vice, o prefeito Gilberto Kassab (DEM), para concorrer ao governo do Estado e foi eleito governador já no 1° turno com 57,93% dos votos válidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário