
Quando foi ministro da Saúde (1998/2002), José Serra implantou o Sistema Nacional dos Transplantes de Órgãos e dinamizou o setor. O número de cirurgias com essa finalidade aumentou 77%, transformando o Brasil no segundo país do mundo em número de transplantes (os Estados Unidos vêm em primeiro lugar).
Foi uma grande revolução, o que geralmente ocorre quando Serra resolve “fazer acontecer”, como ele costuma dizer.
Por exemplo: outro grande avanço ocorreu quando Serra criou, em 2000, o Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome), instalado no INCA, medida fundamental para ampliar as possibilidades de identificação de doadores. Ele reúne as informações (nome, endereço, exames, características genéticas) de pessoas que se dispõem a doar medula para transplante. O Redome já é o 3º maior banco do gênero no mundo.
No governo de São Paulo, com investimento de R$ 37,3 milhões, Serra reformou o antigo Hospital Brigadeiro, transformando-o no primeiro da rede pública dedicado ao transplante de órgãos. Ele tem capacidade para realizar 636 transplantes por ano: 240 de rim, 200 de córnea, 100 de fígado, 48 de pâncreas e 48 de medula óssea.
Foi também com José Serra no governo que São Paulo comemorou, no ano passado, o recorde histórico de doações, transplantes de órgãos e acabou com a fila de córnea. Entre 2007 e 2009, o aumento foi de 27%, passando de 5.866 transplantes realizados para 7.464. O número de doadores cresceu 45% em 2009, média de 21 transplantes por dia, ou seja, quase um por hora.
Segundo Serra, o problema que precisamos enfrentar não é o número de pessoas em lista de espera, mas o tempo de espera a que cada paciente é submetido para obter um órgão. Reduzir o tempo de espera é o grande desafio.
“Só a solidariedade, por meio do aumento do número de doações, será capaz de diminuir o sofrimento daqueles que aguardam sua vez numa lista de espera para a realização do transplante”, diz Serra. Isso exige o esclarecimento da opinião pública e uma mudança cultural. “Precisamos conscientizar-nos de que a doação de órgãos é um ato de amor e de continuidade da vida.”

Quando não há um doador aparentado (um irmão ou outro parente próximo, geralmente um dos pais), a solução para o transplante de medula é procurar um doador compatível entre os não aparentados – e a compatibilidade, em um país de população tão diversificada como a nossa, é muito difícil.
Para reunir as informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se dispõem a doar medula para o transplante, foi criado, em 2000, o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desta forma, com as informações do receptor, busca-se no REDOME um doador cadastrado que seja compatível com ele e, se encontrado, articula-se a doação.
O processo é simples e totalmente informatizado. O médico responsável inscreve as informações do paciente, incluindo o resultado do exame de histocompatibilidade – HLA - (exame que identifica as características genéticas de cada indivíduo), no sistema. Imediatamente, a busca é iniciada. Quando são identificados possíveis doadores compatíveis, a informação é logo transmitida ao médico, que junto com a equipe do REDOME, dá início aos procedimentos de doação. O doador é, então, convidado a realizar os testes confirmatórios e fazer a doação. A retirada das células para a doação é feita no hospital habilitado mais próximo da residência do doador. Assim que retiradas, as células são transportadas até o centro onde o será feito o transplante.
No Brasil, são 61 centros para transplantes de medula óssea e 17 para transplantes com doadores não-aparentados: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), INCA, Hospital das Clínicas Porto Alegre, Casa de Saúde Santa Marcelina, Boldrini, GRAAC, Escola Paulista de Medicina - Hospital São Paulo, Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Hospital AC Camargo, Fundação E. J. Zerbini, Hospital de Clínicas da UNICAMP, Hospital Amaral Carvalho, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio Libanês.


Com o fim da fila para transplante, São Paulo passa a 'exportar' córneas para outros estados
Sob o comando de José Serra, a Secretaria da Saúde de São Paulo encaminhou, pela primeira vez na história, córneas para transplantes em outros estados do Brasil. Desta forma, pacientes de todo o Pais poderão ser beneficiados por córneas captadas em hospitais de São Paulo.
Expostar córneas para outros Estados só é possível graças ao fim da fila para transplante do tecido no Estado de São Paulo. Atualmente o número de pacientes inscritos na lista de ativos (considerados aptos a fazer a cirurgia) varia de zero a dez. Em 2004, cerca de 5.000 pacientes aguardavam por uma córnea.
Em janeiro de 2010, cinquenta e quatro córneas foram encaminhadas por São Paulo a outros estados. Desse total, 30 foram para o Rio Grande do Norte, 11 para o Maranhão, sete para o Acre e seis para o Estado do Pará. Quem indica para quais estados devem seguir as córneas não usadas para transplantes em São Paulo é o Ministério da Saúde, por intermédio do Sistema Nacional de Transplantes.
Mesmo antes da nova medida que permite o envio das córneas para outros estados, São Paulo já atendia pacientes de outros estados que eram inscritos na Central de Transplantes paulista. Dos 5.686 transplantes do tecido realizados no Estado de São Paulo em 2009, 24,7% eram de pessoas residentes em outros estados. Só o Rio de Janeiro respondeu por 10,5% das cirurgias.
"Graças ao aprimoramento do trabalho de captação realizado pelos bancos de olhos de São Paulo, conseguimos zerar a fila no Estado e agora temos condições de ajudar pacientes de todo o Brasil que aguardam por um transplante de córnea", comemorou na época o então Secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Um comentário:
Do fato citado acima, eu sou testemunha e fui muito beneficiada, assim como outras milhares de pessoas, só consegui fazer meu transplante de pâncreas isolado no ano de 2000 pelo SUS no Hospital Beneficiência Portuguesa em São Paulo e que agora fez 10 anos, porque em 1999 o então Ministro da Saúde José Serra implantou o Sistema Único de Transplantes e todos os medicamentos imunossupressores mais modernos passaram a ser fornecidos pelo SUS ( Prograf, Cell Cept, OKT3 e outros ).
Desde então, nós brasileiros pudemos ter a oportunidade de em termos de transplante desfrutar de uma melhor qualidade de vida pré e pós transplante.
Isso salvou muitas Vidas !!!
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