terça-feira, 22 de junho de 2010

"Quero ser o presidente da produção", afirma José Serra


O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira (21), em reunião com representantes do setor ruralista em Uberaba (MG), que, se eleito, pretende ser conhecido como o "presidente da produção".

Serra disse que a agropecuária é o setor mais importante para o país, e que, sem ela, "o Brasil não vai para a frente". Emendou com uma frase repetida em todos os encontros com agricultores e pecuaristas: "a agricultura é a galinha dos ovos de ouro do país e foi a âncora do Plano Real".

De acordo com o ex-governador paulista, desde 1994, quando o Plano Real foi criado, a agropecuária é responsável por segurar a inflação no Brasil. Segundo ele, a inflação de alimentos é metade da inflação geral desde então e o setor agropecuário "salvou a balança comercial do país", numa referência ao fato de as exportações agropecuárias serem as principais responsáveis pelo superávit brasileiro com o comércio exterior.

Na reunião, na sede da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Serra voltou a fazer críticas a políticas do atual governo. O ex-governador citou problemas com a reforma agrária, o câmbio, a taxa básica de juros e os investimentos do setor público. O candidato do PSDB ampliou as críticas e chamou de "fraca" a política de concessões dos serviços públicos. Disse que é importante saber trazer investimentos privados para o setor público e cobrou, principalmente em relação aos produtos agrícolas, uma política de comércio exterior mais agressiva.

Antes de seu pronunciamento, Serra recebeu um pedido da presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes, de políticas contra invasão de terras, alterações no código florestal, investimentos em logística e sanidade. A entidade cobrou ainda que o próximo ministro da Agricultura seja um representante do setor.

MST

Sobre o pedido de ações contra invasões de terra, Serra criticou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), considerado por ele como um "movimento político que usa a bandeira da reforma agrária" e que recebe dinheiro do governo federal. O ex-governador paulista voltou a propor uma política de investimentos para que haja a produção agrícola efetiva em assentamentos e cobrou segurança para investimento no país.

Por fim, Serra disse que iria acatar a sugestão do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que o acompanhou, de se criar um sistema único para desburocratizar questões relativas ao meio ambiente e à produção agrícola. Chamado de presidente tanto por Anastasia quanto por Aécio Neves, que também estava no evento, Serra pediu ao governador mineiro, "após ser reeleito", que formule o projeto do Sistema Único do Meio Ambiente, apelidado por ele de Suma, e a Aécio que o apresente "no primeiro dia de mandato no Senado".

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