sábado, 25 de junho de 2011

Partidos políticos recorrem às redes sociais para atrair eleitores jovens

Eduardo Penedo

Que o jovem é o futuro da nação todos eles já sabem disso, mas o interesse sobre a política brasileira entre os jovens de 14 até 18 anos vem caindo a cada dia.

Para tentar chamar atenção dos jovens as agremiações políticas investem nas redes sociais e em acampamentos para atrair esse filão que está cada vez mais descontente com a política e os políticos brasileiros.

Apesar do crescimento geral das pessoas com título eleitoral no País, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve uma redução de quase 7% do volume de eleitores jovens, na faixa entre 16 e 17 anos, em que o voto é facultativo. Em 2008, havia 2,9 milhões de eleitores neste grupo e hoje são 2,4 milhões.

No geral, em 2010 foram 135.804.433 os brasileiros com direito a escolher seus representantes, um crescimento de 8,5% em relação ao eleitorado do pleito de 2006 – quando os eleitores eram quase 126 milhões.

Para saber como está o interesse dos jovens pela política brasileira a reportagem do Midiamax conversou com alunos de duas escolas de Ensino Médio, em Campo Grande, sendo uma particular e a outra estadual.

Dos adolescentes entrevistados a maioria, 50%, não gosta de política e associa o tema a corrupção. Já 20% dos adolescentes gostam do tema e procuraram discutir o assunto com seus pais. Dos entrevistados, 30% sabiam quem era o prefeito e o governador, mas só sabiam porque assistiram uma reportagem que falavam deles.

O adolescente Henrique Dias do Nascimento, 17 anos, disse que gosta de política, saber os bastidores e que acontece nesse campo. “Meu pai sempre lê os jornais de política ai eu acabo lendo com ele e comentamos os assunto. Eu gosto de saber o que acontece nesse mundo”, explica.

Já a adolescente Mayara Suellen , 15 anos, diz que não gosta de política e prefere ler sobre outros assuntos. “Eu não gosto e nem me interessa saber sobre os políticos. Sempre que acessamos os sites vemos que os políticos são corruptos e estão se dando bem às nossas custas. Prefiro ler sobre cultura, cinema qualquer coisa, menos política”, justifica.

A jovem Regina Motta Sampaio, 16 anos, já tem uma opinião formada sobre partidos políticos e sua função como cidadã.

“Eu leio e procuro saber o que eles estão fazendo. Tirei meu título no ano passado para votar e sempre que posso estou lendo sobre os políticos que eu votei. Se eu não prestar atenção no que eles estão fazendo com o meu dinheiro, quem vai fazer isso? Eu sei que eu não posso fazer nada, mas pelo menos eu posso me revoltar e saber falar quando eles vierem pedir meu voto nas próximas eleições”, justifica.

Redes Sociais

Para tentar fazer com que os jovens e adolescentes se interessem mais pelos partidos os políticos e pela política em geral, as siglas investem nas redes sociais.

Os partidos arquirivais PT e PSDB apostam nesse filão e fortalecem suas alas jovens fazendo campanhas e reuniões em universidades.

O secretário estadual da Juventude do PT, Taylor Fuchf, explica que o Partido dos Trabalhadores investe nas redes sociais, internet, blogs para angariar jovens para o partido.

Ele comenta que para tentar chamar a atenção dos jovens para a política a sigla promove cursos de formação e explica um pouco sobre a importância do jovem na política. "Um grande problema que enfrentamos é fazer com que os jovens tenham interesse na política. Mas nós tentamos mostrar com a história a importância dos jovens na política com os fatos da década de 60 [ditadura militar] e 90 [impeachment do Collor] onde os jovens saíram na rua”, argumenta.

Fuchf comenta que o PT atualmente conta com 12 mil filiados jovens em Mato Grosso do Sul, sendo que dois mil são de Campo Grande.

Ele explica que o primeiro contato que os jovens têm com os partidos é pela internet. “ Muitos jovens entram na nossa página e muitas vezes encontram meu telefone e me ligam para saber mais sobre a ala jovem do PT”, finaliza.

Já o secretário geral da juventude do PSDB, Anderson Ribeiro, também acredita que as redes sociais são o caminho mais fácil de estimular os jovens a se interessar por política, mas o sistema adotado pelos PSDB jovem é mais direto e corpo-a-corpo.

Ele explica que o PSDB jovem promove cursos de formação política e tentar mostra a importância do jovem na política brasileira. “Nós promovemos palestras em universidades, levantamos a discussão sobre a política. Temos de fazer a politização e com isso mostramos o PSDB. A ideologia do partido e como funciona e tentamos provocar o interesse dos jovens para a política ”, argumenta.

Ribeiro informa que pelo menos cinco mil jovens são filiados ao PSDB. “O nosso sistema de chamar a atenção dos jovens para a política e o corpo a corpo. Falamos direto com os jovens dentro de escolas, universidades”, comenta.

Ele argumenta que uma forma que o PSDB jovem encontrou para estimular os jovens a participar da política foi quando promoveram um acampamento da juventude tucana.

“Nós fizemos esse acampamento contando só com 250 jovens e a repercussão foi tão boa que cerca de 700 jovens participaram dos dois dias de eventos. Lá fizemos cursos de formação politica, laboratórios, jogos recreativos foi muito produtivo”, finaliza.

Eleitores jovens

Para os eleitores maiores de 16 anos e menores de 18, o voto é facultativo, mas, alguns jovens, além de tirar o Título de Eleitor para participar das eleições, se filiaram a partidos políticos. Dos sete partidos com maior número de filiações, o PT registrou mais eleitores filiados nessa faixa etária.

Ao todo, são 632 em todo o Brasil. Em seguida, o PMDB registrou 545 filiados jovens, e o PSDB, 453.

O número de filiados foi atualizado depois que os partidos políticos entregaram à Justiça Eleitoral a relação de nomes de seus filiados contendo também o número do título de eleitor e a seção eleitoral em que cada um está inscrito.

A Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995) determina que cada partido entregue essa lista atualizada até a segunda semana de abril e outubro de cada ano.

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